segunda-feira, 14 de maio de 2012

3ª. AULA

Filosofia Espírita



3ª. AULA
 Religião dos Espíritos,  
                                                     O homem inteligente



                                                     
                                                                                   Reunião pública de 22/5/59
                                                                    Questão nº 592

              Em verdade, o homem inteligente não é aquele que apenas calcula, mas sim o que transfunde
                 o próprio raciocínio em emoção para compreender a vida e sublimá-la.

               Podendo senhorear as riquezas do mundo, abstém-se do excesso para viver com
                 simplicidade,sem desrespeitar as necessidades alheias.

              Guardando o conhecimento superior, não se encastela no orgulho, mas aproxima-se do
                 ignorante para auxiliá-lo a instruir-se.

              Dispondo de meios para fazer com que o próximo se lhe escravize ao interesse,
                trabalha espontaneamente pelo prazer de servir.

               E, entesourando virtudes inatacáveis, não se furta à convivência com as vítimas do mal,
                  agindo, sem escárnio ou condenação, para libertá-las do vício, O homem inteligente,
                  segundo o padrão de Jesus,é aquele que, sendo grande, sabe apequenar-se para
                   ajudar aos que caminham em subnível, consagrando-se ao bem dos outros, para
                    que os outros lhe partilhem ascensão para Deus

 
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                               "O Evangelho Segundo o Espiritismo"
                                                         Missão do Homem Inteligente na Terra
                                                                  Espírito protetor, Bordeaux, 1862


                       13. Não vos orgulheis por aquilo que sabeis, porque esse saber tem limites bem estreitos, no 
                                    mundo que habitais.
                             Mesmo supondo que sejais uma das sumidades desse globo, não tendes nenhuma razão para vos 
                                   envaidecer. 
                             Se Deus, nos seus desígnios, vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a
                                   vossa inteligência, foi por querer que a usásseis em benefício de todos. Porque é uma missão que 
                             Ele vos dá, pondo em vossas mãos o instrumento com o qual podeis desenvolver, ao vosso redor, 
                                 as inteligências retardatárias e conduzi-las a Deus. 
                             A natureza do instrumento não indica o uso que dele se deve fazer?
                             A enxada que o jardineiro põe nas mãos do seu ajudante não indica que ele deve cavar?
                             E o que diríeis se o trabalhador, em vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu senhor?
                             Diríeis que isso é horroroso, e que ele deve ser expulso. 


                          Pois bem, não se passa o mesmo com aquele que se serve da sua inteligência para destruir, 
                                 entre os seus irmãos, a ideia da providência?
                           Não ergue contra o seu Senhor a enxada que lhe foi dada para preparar o terreno?
                           Terá ele o direito ao salário prometido, ou merece, pelo contrário, ser expulso do jardim?
                           Pois o será, não o duvideis, e arrastará existências miseráveis e cheias de humilhação,
                          até que se curve diante d'Aquele a quem tudo deve.






                     A inteligência é rica em méritos para o futuro, mas com a condição de
                         ser bem empregada.



Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, ao fazerem progredir a humanidade.


 Muitos, infelizmente, a transformaram em instrumento de orgulho e de perdição para si mesmos. 

O homem abusa de sua inteligência, como de todas as suas faculdades, mas não lhe faltam lições, advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela mesma lhe deu.










 Einstein nasceu na Alemanha no ano de 1879.
Ele foi físico e matemático e até hoje é conhecido pela sua genialidade. 
Com sua Teoria da Relatividade mudou o pensamento da humanidade a respeito de tempo e espaço.








Créditos.
Biografia
http://www.suapesquisa.com/biografias/einstein/


O Evangelho Segundo o Espiritismo"
Copyright 2004 - LAKE - Livraria Allan Kardec Editora

(Instituição Filantrópica) Todos os Direitos Reservados
 http://www.centroespirita.com.br

 Espírito e o Tempo

    
“A História, que é essencialmente História do Espírito, transcorre “no tempo”.
 Assim, pois, “o desenvolvimento do Espírito cai no tempo”.
 Hegel, porém, não se contenta em afirmar a “intratemporacialidade” do espírito como um factum, mas trata de compreender a possibilidade de que o Espírito caia no tempo, que é o “sensível não-sensível”.
O tempo há de poder acolher o espírito, por assim dizer. 
E o espírito há de ser, por sua vez, afim com o tempo e com a sua essência.”
HEIDEGGER, crítica de Hegel, em O Ser e o Tempo.


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Introdução Antropológica ao Espiritismo
O homem, as gerações humanas, morrem no tempo, mas o espírito não.
 O tempo é o campo de batalha em que os vencidos tombam para ressuscitar.
 Quem poderia deter a evolução do espírito no tempo? 
A consciência humana amadurece na temporalidade. 
A esperança espírita não repousa na fragilidade humana, mas nas potencialidades do espírito, que se atualizam no fogo das experiências existenciais.
 Curta é a vida, longo é o tempo, e a Verdade intemporal aguarda a todos no impassível Limiar do Eterno.
Todas as Civilizações da Terra se desenvolveram, numa assombrosa sucessão de sombra e luz, para que um dia - o Dia do Senhor, de que falavam os antigos hebreus - a Civilização do Espírito se instale no Planeta martirizado pelas tropelias da insensatez humana. 
Então teremos o Novo Céu e a Nova Terra da profecia milenar.
 Os que não se tornarem dignos da promessa continuarão a esperar e a amadurecer nas estufas dos mundos inferiores, purgando os resíduos da animalidade. Essa é a lei inviolável da Antropologia Espírita.

Preliminares de O Espírito e o Tempo, de J.Herculano Pires).


           

Humanismo:qualquer movimento filosófico que tome como fundamento a natureza humana ou os limites e interesses do homem.



 (ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia).  

Atitude espiritual em face do ser humano e de seu processo de realização.

 Nota: O humanismo define-se essencialmente por uma vontade de realização plena do verdadeiro humano, atribuindo-lhe um valor único dentro da ordem cósmica, de modo que o homem jamais venha a ser reduzido à mera situação de objeto ou meio.


 (cf. Sucupira, Newton. Ciência e humanismo. In: Educação, jan/mar. 1974, MEC).  






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Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como principais, numa escala de importância.

 É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade.

 Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior.

 Desde o século XIX, o humanismo tem sido associado ao anti-clericalismo herdado dos filósofos Iluministas do século XVIII. O termo abrange religiões não teístas organizadas, o humanismo secular e uma postura de vida humanista.
Humanistas famosos são entre outros Gianozzo Manetti, Marsílio Ficino, Erasmo de Roterdão, Guilherme de Ockham, Carlos Bernardo González Pecotche, Francesco Petrarca,François Rabelais, Pico de La Mirandola, Thomas Morus, Andrea Alciati, Auguste Comte.

Créditos.
Imaghens arquivos .-ADE-JAPÃO
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humanismo
http://memoriasvivasereais.blogspot.jp/





O que é filosofia?








                                                                        O pensador
                    de Auguste Rodin, representação clássica de um homem imerso em pensamentos.


Qual é a origem da Filosofia?



A palavra filosofia é de origem grega e significa amor à sabedoria. 

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.

 Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber. Assim a filosofia indica um estado de espírito da pessoa que ama, isto é, daquela que deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.





Qual o motivo que despertou e desperta no homem o desejo ou necessidade de pensar filosoficamente?Ela surge desde o momento em que o homem começou a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo, buscando uma solução para as grandes questões da existência humana. 
Os pensadores, inseridos num contexto histórico de sua época, buscaram diversos temas para reflexão. 
A Grécia Antiga é conhecida como o berço dos pensadores, sendo que os sophos ( sábios em grego ) buscaram formular, no século VI a.C., explicações racionais para tudo aquilo que era explicado, até então, através da mitologia.


 E nesse filosofar, o que é que o homem busca e acha? 



Nossas reflexões nos dizem que tal impulso irreprimível faz parte integrante da natureza humana. (...)
 A origem da filosofia estaria no primeiro pensamento do primeiro homem que primeiro filosofou (...)
 Deus, que, ao criar o homem, o fez  não de barro, mas, de pensamento, o fez, portanto, filósofo.
São muitas as definições de Filosofia, mas a que subsiste como essencial é ainda a de Pitágoras: Amor da Sabedoria.



Bibliografia
(1) Os Filósofos – JHPires – Preâmbulo (ou Preliminares, conforme a edição);
(2) Coleção Os Pensadores (Brasil) – Tomo  A História da Filosofia -  Will Durant, Introdução Sobre os usos da Filosofia;
(3) História da Filosofia – Reale & Antiseri – Vol I – 1ª Parte(As origens gregas do pensamento ocidental)- Cap.1, item 3 (Conceito e  objetivo da filosofia antiga, subitens - 3.1 e 3.2);

DVD
O Mundo de Sofia  (minissérie com base no livro de Jostein Gaarder).
Espaço Interativo  
DEBATE SOBRE A AULA
Texto Base (Orientativo):

O ConsoladorEmmanuel/F.C.Xavier, IIa. Parte, item Filosofia, perg.115;  Consultar 2ª.AulaB (04/03/2010),


quarta-feira, 2 de maio de 2012

2ª. AULA


"Antes de negar, é prudente estudar e observar. Para julgar uma coisa é preciso conhecê-la. A crítica só é permissível ao que fala do que sabe.
 Que seria dito de um homem que, ignorando música, criticasse uma ópera?
 Ignorando as primeiras noções de literatura, criticasse uma obra literária?" 

Autor: Allan Kardec
Fonte: Revista Espírita, dezembro de 1862 
– O Espiritismo em Rochefort
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2ª. AULA
“CADA FASE DA EVOLUÇÃO HUMANA SE ENCERRA COM UMA SÍNTESE CONCEPTUAL DE TODAS AS SUAS REALIZAÇÕES.” 






O autor define com mestria o significado da vinda da Doutrina Espírita no atual estágio evolutivo do planeta, definido pelos Espíritos Superiores como de transição.

 No Evangelho de Mateus (Mt.13, 24-30), encontramos a Parábola do joio e do trigo, simbolizando a boa semente plantada pelos próprios seres humanos no terreno fértil de suas existências, sob os auspícios da espiritualidade superior.



          J. Herculano Pires


 O texto abaixo reproduz esse processo, que poderá ser encontrado na íntegra na Introdução de O Livro dos Espíritos em sua edição comemorativa de 100 anos -
 1957 - ed. Lake.




“INTRODUÇÃO A O LIVRO DOS ESPÍRITOS

            Com este livro, a 18 de abril de 1857, raiou para o mundo a era espírita.

 Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador, do Parácleto ou Espírito da Verdade.

Dizer isso equivale a afirmar que O Livro dos Espíritos é o código de uma nova fase da evolução humana.

 E é exatamente essa a sua posição na história do pensamento. Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente.

  Sobre este livro se ergue todo um edifício: o da Doutrina Espírita. Ele é a pedra fundamental do Espiritismo, o seu marco inicial.

O espiritismo surgiu com ele e com ele se propagou, com ele se impôs e consolidou no mundo. Antes deste livro não havia espiritismo, e nem mesmo esta palavra existia. Falava-se em espiritualismo e neo-espiritualismo, de maneira geral, vaga e nebulosa.

 Os fatos espíritas, que sempre existiram, eram interpretados das mais diversas maneiras. Mas, depois que Allan Kardec o lançou à publicidade, ‘contendo os princípios da Doutrina Espírita’, uma nova luz brilhou nos horizontes mentais do mundo.


            Há uma sequência histórica que não podemos esquecer, ao tomar este livro nas mãos.


 Quando o mundo se preparava para sair do caos das civilizações primitivas, apareceu Mois, como o condutor de um povo destinado a traçar as linhas de um novo mundo: e de suas mãos surgiu a Bíblia. 


Não foi Moisés quem a escreveu, mas foi ele o motivo central dessa primeira codificação de novo ciclo de revelações: o cristão.

 Mais tarde, quando a influência bíblica já havia modelado um povo, e quando este povo já se dispersava por todo o mundo gentio, espalhando a nova lei, apareceu Jesus: e das suas palavras, recolhidas pelos discípulos, surgiu o Evangelho.

 A Bíblia é a codificação da primeira revelação cristã, o código hebraico em que se fundiram os princípios sagrados e as grandes lendas religiosas dos povos antigos.



 A grande síntese dos esforços da antiguidade em direção ao espírito. 

Não é de admirar que se apresente muitas vezes assustadora e contraditória, para o homem moderno.

 O Evangelho é a codificação da segunda revelação cristã, a que brilha no centro da tríade dessas revelações, tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as duas outras, que lança a sua luz sobre o passado e o futuro, estabelecendo entre ambos a conexão necessária.

 Mas assim como, na Bíblia, já se anunciava o Evangelho, também neste aparecia a predição de um novo código, o do Espírito da Verdade, como se vê em João, cap. 14.


E o novo código surgiu pelas mãos de Allan Kardec, sob a orientação do Espírito da Verdade, no momento exato em que o mundo se preparava para entrar numa fase superior do seu desenvolvimento.  (...)
           
Cada fase da evolução humana se encerra com uma síntese conceptual de todas as suas realizações. A Bíblia é a síntese da antiguidade, como o Evangelho é a síntese do mundo greco-romano-judaico, e O Livro dos Espíritos, a do mundo moderno. 

Mas cada síntese não traz em si tão somente os resultados da evolução realizada, porque encerra também os germens do futuro.

 E na síntese evangélica temos de considerar, sobretudo, a presença de Jesus, como uma intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento terreno.

 É graças a essa intervenção que os princípios evangélicos passam diretamente, sem necessidade de readaptações ou modificações, em sua pureza primitiva, para as páginas deste livro, como as vigas mestras da edificação da nova era. (...)

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Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amor à sabedoria») é o estudo de problemas fundamentais relacionados à  existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.


Empenha-se em responder, racionalmente, questões acerca da realidade última das coisas, das origens e características do verdadeiro conhecimento, da objetividade dos valores morais, da existência e natureza de Deus.


                         A busca da verdade com amor e sabedoria.

 Não é a verdade ,e sim a busca da verdade.

Lembrando que ainda somos espíritos imperfeitos.
Por isto que Kardec, diz que se em algum momento a Ciência contestar algum ponto no espiritismo o espiritismo se modificara neste ponto. 
Filosofia Espírita investiga o saber com amor, encontra a resposta da verdade com os espíritos superiores .

Nela encontramos calma firmeza  confiança ...Espiritismo é a filosofia do evangelho de JESUS.
Evangelho do Cristo  é que embasa toda a filosofia Espirita.
Sem o evangelho não podemos compreender todas as verdades trazidas pelos espíritos superiores.

 Filosofia Espírita.-A busca da verdade com amor e sabedoria.


“ Espíritas ! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo”
  Espírito Verdade, Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo VI, item 5.
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Fontes e créditos
Allan Kardec
Nazareno Feitosa
Adalberto P.Morais
http://.wikipedia.org
Adequação , adaptação de imagens
http://adejapaodivulgespirita.blogspot.com/ 

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O QUE É O FILOSOFAR ESPÍRITA?


“Para filosofar precisamos aprender a ciência do mergulho em nós mesmos.” (J.H.Pires)



Há uma grande importância no significado prático da filosofia e da filosofia espírita, como grandes incentivadores à reflexão que faculta o autoconhecimento e abre amplas perspectivas ao entendimento das magnas questões humanas e espirituais.

 Se pensarmos em filosofia apenas como uma disposição para o pensar, estaremos minimizando a sua importância no contexto da história humana.

Na filosofia, aprendemos a analisar os elementos que compõem a existência do ser-no-mundo; e isto, porque há em nós uma inquietação existencial congênita.

Já a filosofia espírita amplia essa busca, e revela a existência do ser interexistente em infinitas dimensões temporais, evolutivas, manifestando as suas luzes ou suas sombras nas formas concernentes ao seu nível de consciência. 

A filosofia busca respostas, eleva-se, desenvolve-se, reflete-se, retoma ao reconsiderar as respostas anteriores. Não conclui, apenas conduz.
  
 E é nessa caminhada que o ser se descobre, na constante e infinita perquirição de si mesmo. O personagem shakesperiano, Hamlet, frente ao espelho, e com os restos mortais de seu bobo-da-corte à frente, abre essa perspectiva angustiante do nada, do vazio desconcertante e avassalador que nos toma de assalto frente ao silêncio da morte.

 A grande questão, ele diz, está no ser, ou no não-ser? É nisto (restos mortais) que nos transformamos? 
O existencialismo – ou a angústia de existir – exorta o homem a existir inteiramente “aqui” e “agora”, para aceitar sua intensa “realidade humana” do momento presente – o futuro não é outra coisa que visões e ilusões para dar ao nosso presente direção e propósito.

 “Cem anos após Kardec, a filosofia na França quase se desfez nos sofismas do nada, com Jean Paul Sartre e sua escola. Mas Simone de Beauvoir, companheira e discípula de Sartre, confirma e ilustra as considerações de Kardec, ao escrever: ‘...detesto pensar no meu aniquilamento. 

Penso com melancolia nos livros lidos, nos lugares visitados, no saber acumulado e que não mais existirá.(...)’, em La Force des Choses”. A aproximação da morte, sob a idéia do nada, acarreta às criaturas mais cultas essa desesperança amarga. (PIRES, J.H.).”



É sob essa angustiante perspectiva que a inteligência humana tem buscado minimizar a realidade inegável e irrecusável da morte

. O Pensador (Le Penseur) é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francês Auguste Rodin. Retrata um homem em meditação profunda, num gestual próprio de quem está em luta com uma poderosa força interna.

 Tornou-se arquétipo do pensar filosófico como busca de si mesmo. Todos aqueles que já conseguiram ultrapassar a superfície do existir como usufruto das formas, mesmo porque elas trazem em si mesmas o sinal de sua intrínseca fragilidade, se identificam com essa figura.

 O Pensador traz a angústia da forma dilacerada pelo sofrimento; quase disforme, desproporcional, transmite o intenso drama interior de que é portador. Seu cenho carregado, oculta o olhar que permanece voltado para baixo.

 Ele não busca respostas no céu acima de seu pensamento, mas na terra abaixo de seus pés. Ele não demonstra um pensar sereno, mas uma dor atormentada pela ausência de respostas. Está nu.

 Abandonado ou desprovido das ilusões que pudessem ocultar-lhe a própria realidade, ele se expõe. E deixa uma das mais eloquentes mensagens ao ser humano atual: a verdadeira realidade do ser não jaz aqui, na temporalidade perecível, mas na imortalidade daquele que pensa: o Espírito. 


As “previsões” de grandes tragédias por acontecer, através do cinema e da TV, retratam, metaforicamente esse drama atual: o ser humano, perdido em seus dramas interiores quer destruir a si mesmo, destruindo a fonte de sua própria existência – o planeta em que vive.

Outros autores cujas obras estão hoje nas telas, utilizam-se dos sentidos humanos (Babel, Ensaio sobre a Cegueira), para um novo mergulho dentro de si, através do mundo sensível, buscando trazer à tona as suas tragédias pessoais projetando-as aos seus semelhantes num movimento catártico, em busca de identificação. 


Em 25 séculos de filosofia, temos inumeráveis doutrinas contraditórias.
Nenhuns dos pensadores ocidentais estiveram de acordo com relação às suas proposições. Há uma insatisfação profunda, gerada pela ausência de concordância. A meta final deve ser a realização, mas quem a conseguiu até agora? 

Louvemos todos aqueles que tentaram. Seus esforços imortalizaram a trajetória do espírito humano em sua infinita jornada pelo autoconhecimento. Mesmo aqueles que se perderam no próprio vazio.

 Assim agiram pela absoluta necessidade de identificação com o outro, e todos, com Deus.
“Deus está morto”, disse Nietzsche, certa vez.



 O deus apresentado pelas religiões, este sim, está morto. Morreu por falta de misericórdia, por ausência de amor ao próximo.

Morreu por asfixia, mergulhado nos milhões de moedas geradas pela arrecadação criminosa obtida da ingenuidade e da falta de conhecimento. Morreu em cada ritual vazio de respostas, que perpetua a crença de que a crucifixão é nossa libertação (!?).

 Morreu em cada ser mutilado ou assassinado por balas perdidas ou bombas amarradas ao próprio coração daquele que O busca em desespero. Morreu em cada árvore caída, em cada rio poluído, no super-aquecimento do ar que respiramos. 
Morreu ainda, pela ausência de amabilidade, cordialidade e respeito mútuo entre aqueles que se dizem seus seguidores. 


Herculano cunhou a expressão “agonia das religiões” (PIRES, J.H.), para bem definir esse processo de transmutação da ostentação para a interiorização. Ostentação da fé, para auto afirmar-se. Para perpetuar a representação olímpica do deus humano sobre a Terra, na figura daqueles que insistem em representá-lo. 

Deus não tem representantes. Tem filhos. E foi o maior deles, desfigurado pelo psiquismo arquetípico humano, fazendo de sua pessoa e de suas ações projeções de um herói mitológico, filho de um deus com uma mortal, e, portanto portador de virtudes milagrosas e espetaculares, misto de herói-mártir-guerreiro, que veio libertar-nos do Mal, igualmente projetado na figura arquetípica do anjo decaído que persiste em atormentar os seres humanos com doenças e flagelos, que surge entre nós, num dos momentos mais graves de nossa evolução. 

Renascido na doutrina espírita, de forma igualmente simples, assim como viera em pessoa na manjedoura de luz, Jesus transfigura-se no Ser completo, naquele que é uno com o Pai porque identifica-se com suas leis, em sua consciência dilatada pelo Amor aceito porque compreendido. 

No formato de Filosofia, o Espiritismo sintetiza os esforços humano em busca de si, ilustrado pela imagem de O Pensador.

 Como Filosofia, analisa os elementos que compõem, sim, a existência do ser no mundo, porém, acrescidos da grande jornada que o aguarda na linha do tempo, fora deste mundo também. 

O Ser é – jamais poderia não ser.

  
O existencialismo kierkegaardeano, nietzscheniano, sartreano, serviu como uma lâmpada vermelha a pulsar, intermitente, como a dizer: acordem! A angústia beauvoiriana frente às possíveis perdas de seus tesouros intelectuais com o apelo inequívoco da morte permanece no coração das mães e dos pais que perdem seus filhos adolescentes para as drogas, para o álcool, para o crime, para a sexualidade em patológico desvario. 

A desesperança gerada pelo “escândalo” tem seu lenitivo na filosofia dos Espíritos Superiores; Sócrates a antecedeu, com a sua amorável vivência ético-moral com bases na lógica incontestável da Verdade. Platão, com a realidade do mundo das ideias que jazia acobertada no fundo da caverna.

Aristóteles, a premência do mundo das formas a delinear a persona e suas realizações. 

A Filosofia Espírita não é instrumento para mera elucubração.

Nem tampouco de ostentação frente aos troféus humanos e mundanos. É sim uma alternativa, um convite (por ora) para a mudança do atual sistema de pensar. 

O pensar filosófico-espírita prevê um universo de auto-descobertas, porém, impõe nesse processo, o reconhecimento da presença de Deus em nós através de suas leis, condutoras de nossa lógica, de nosso desenvolvimento, de nosso evoluir, de nossa amorosidade.

 As Leis Morais didaticamente definidas pelos Espíritos a Kardec, representam parte do processo de conscientização e de reconhecimento do divino em nós. 
Não-ser é o desvario acima descrito; não ser compõe os torpes sentimentos que nos afastam uns dos outros: a inveja, a soberba com sua filha, a prepotência. Esses elementos, poderosos em sua capacidade auto e alo destrutiva, faz estagnar o ser em sua nulidade existencial. E proclama a sua necessidade de sofrer para despertar. 

Tal jornada ainda não terminou.

O exemplo de Jesus permanece como uma imagem-mensagem subliminar a permear o nosso momento existencial. Seu apelo continua pulsando nos corações humanos. A leitura desse chamamento tem sido decodificada de forma errada.

 Porém, ele continua ali. E quando o ser fartar-se de não ser, abrirá seu coração e sua mente para o banquete – não o platônico, como representação do sensível, mas o nupcial, o inteligível, porque pleno de alegria, esperança e identificação com Deus.








Sonia Theodoro da Silva



São Paulo-SP
Brasil






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Fontes e créditos
http://filosofiaespiritacomjapao.blogspot.com/
http://nejanucleoespiritajoannadeangelisjp.blogspot.com/
Adequação , adaptação de imagens
Grupo -NEJA-JAPÃO
ARQUIVOS DE IMAGEM
ade-japão
http://adejapaodivulgespirita.blogspot.com/